O Movimento Unificado dos Militares de Alagoas, repudiam veementemente a aprovação do parecer da lei que altera a idade limite de permanência do militar na ativa e cria o instituto da desaposentação na PMAL, pela ALE, na sessão de ontem (20), logo após um grupo de parlamentares, dentre eles o Deputado Francisco Tenório, ter fechado acordo com o Comandante Geral da PMAL Coronel Marcos Sampaio, de não pautar a matéria no ano de 2018 e os militares, que no momento lotavam a Casa de Tavares Bastos, em ato de protesto contra a famigerada lei, terem deixado o local em confiança ao interlocutor do acordo – Comandante maior da força policial, o qual foi o único líder a ser chamado para representar os militares na reunião com o grupo de parlamentares.
Para os líderes do Movimento Unificado dos Militares de Alagoas, não é a primeira vez que o Deputado Francisco Tenório tenta ludibriar a categoria.
Em 2017, durante um protesto contra um PL semelhante, denominado Lei da Bengala, de autoria do parlamentar, ora vetado pelo governo Renan Filho, o mesmo acordou com as lideranças para fazer mudanças no PL e até convocou audiência pública para discutir a matéria, mas, na verdade, sabia que não cabia mais nenhuma alteração porque o PL já tinha sido aprovado, em tempo recorde, por todas as sessões de plenário, restando apenas, a sessão de correção. Fato desmascarado pela Deputada Jó Pereira na audiência pública.
Ontem mais uma vez a máscara do parlamentar caiu e os militares sabem que não podem confiar neste cidadão. Foi apenas o parecer que foi aprovado, mas devemos ficar vigilantes nas próximas sessões.
O prejuízo à carreira dos militares é gritante. O Praça que ingressa nas instituições militares aos 20 anos de idade, na graduação de Soldado, e ao 30 anos de serviço, com 50 anos de idade, chega a graduação de 2º Sargento. Se esse militar resolver ficar até os 65 anos de idade isso significa dizer que essa vaga, na prática, vai estar estagnada por mais 15 anos. A fila não vai andar. É o final da carreira militar em Alagoas.
Em curto e médio prazo causará desestímulo e evasão sem precedente nas instituições pela falta de perspectiva de ascensão profissional da tropa. Em longo prazo, o envelhecimento das instituições e a má qualidade da prestação de serviço à sociedade que é nossa maior preocupação como cidadãos e técnicos da segurança pública militar em Alagoas.
A polícia militar e o corpo de bombeiros militar de Alagoas não merecem esse presente de final de ano nem dos parlamentares nem do governo Renan Filho que tem a maioria na Casa de Tavares Bastos, sobretudo, quando é comemorada a maior redução da criminalidade do Estado nos últimos anos, fruto do trabalho árduo e abnegado dos homens e mulheres que envergam as fardas das instituições militares de Alagoas.
O Movimento Unificado agradece especialmente aos deputados Jô Pereira e Rodrigo Cunha pelos votos contrários na sessão de ontem (20) e apelam pelo senso de justiça e reconhecimento dos demais parlamentares para não aprovarem essa macabra emenda do Deputado Francisco Tenório que simboliza para o militares a mensagem bíblica do 4º cavaleiro do apocalipse em relação ao fim carreira militar no Estado.